O Voadeira Estradeira nasceu um blog sobre viagens (período incrível!). Depois se tornou um breve diário pré-casório e compartilhamentos sobre a maternidade. Agora ele se transformou em meu principal projeto: criação, produção e estudo de literatura. Muito bem-vindos!

sábado, 30 de janeiro de 2021

Sobre jardins e histórias

 No finalzinho das minhas férias reorganizei vários cantos da casa, um deles foi o cantinho verde da área de serviço. Tem luz natural e sol indireto. As plantas ficam felizes lá. Arrumei a bagunça e deixei o canto como um respiro contemplativo enquanto lavo e penduro roupas, separo lixo reciclável e corro para fechar as janelas antes das tempestades. 

Metáforas sobre jardins são as minhas preferidas! E claro, não apenas as minhas. "O Jardim Secreto", de Frances Hodgson Burnett (1849), escritora inglesa que ficou famosa nos Estados Unidos escrevendo para crianças é uma das histórias preferidas com jardins. Duas crianças sofridas, abandonadas pelos pais e mimadas por seus cuidadores, se conectam com a própria vida cuidando de um jardim abandonado há anos por conta de uma fatalidade. A vida é difícil, essa é a realidade. Mas ela segue... e os jardins sempre reflorescem quando resolvemos trabalhar nele. 

Meu primeiro livro solo, um ensaio pessoal, chama-se "Um Novo Jardim". Agora trabalho em meu terceiro livro infantil, "Jardim da Lolô". Sim,
jardins me inspiram histórias. O meu grande projeto do ano é encontrar minha voz narrativa, meta tantas vezes adiada, deixada para depois de algo urgente, seja estreias no teatro, aulas na escola, bebês crescendo... Agora é a hora. Não há mais como adiar. Talvez meu jardim literário tenha sido adubado nesses 41 anos de vida e na pademia ele começou a brotar como o jardim secreto de Mary e Collin, de Burnett. Não há como segurar os raminhos novos quando um jardim decide se reinventar. ;) 

sábado, 23 de janeiro de 2021

"Crianças francesas não fazem manha"...


Começamos essa conversa lá no Instagram, mas agora prometo abastecer o blog semanalmente com conversas sobre a vida de Voadeira Estradeira (Literatura, Arte, Educação, Viagens e Filhos), mesmo quando está em Home Office com filhos...Fases, né?

Devorei o livro da Pamela Druckerman quando ainda estava grávida no Miguel (2015). Quantas expectativas... prometi seguir à risca muitas dicas pertinentes da autora. Então, não rolou... Por ser ansiosa, me vi com uma enxurrada de vida real e angústias maternas para administrar, mas isso aqui é assunto para outro texto (as expectativas e realidades da mãe de primeira viagem), se você é uma delas, bem-vinda ao clube!!!! ;)

Mas, sobre o livro, creio que alguns pontos são realmente interessantes e merecem uma reflexão, a autora, como americana vivendo na França, percebeu alguns comportamentos muito negativos na maneira dos pais americanos criarem seus filhos - lendo a descrição, sinto que nós, mães e pais brasileiros, somos muito americanizados em quase tudo (desde os filmes e séries até os padrões de consumo exagerado) e também em como vemos nossos filhos. 

Ela, em um local diferente (onde a grama sempre é mais verde, claro!) percebeu pontos chaves que talvez mudem um pouco a nossa maneira de olhar a infância dentro de casa, com essas pessoinhas que ocupam todo nosso tempo e energia. Então, vamos lá: 

- Crianças não são o centro da família - verdade! São fundamentais, são nossa herança, nossos amados, mas temos vida, temos nossa individualidade, somos esposas, profissionais, amigas, filhas, irmãs, enfim... 

- Não somos perfeitas, nem nossos filhos, criados por seres imperfeitos, como seriam diferentes? 

- Faça das refeições momentos especiais - isso tenho aplicado desde a Pandemia! Sentamos à mesa da cozinha, comemos e conversamos. Tem dias difíceis, dias que não rolam direito, mas a constância funciona e há dias que conversamos sobre muitas coisas que em outro ambiente não seria possível. 

- Ouça as crianças, e faça-se ser ouvida! Somos modelos para nossos filhos, estamos guiando seus passos e estamos na frente (não por sermos melhores) mas porque já vivemos muito mais. Não deixe rolar solto, não satisfaça todos os desejos... isso será terrível no futuro. 

- Encare as birras como uma forma de expressão (ou falta dela) e não como algo para te atingir pessoalmente (esse é meu desafio atual rs). 

Força pra nós!

E o bolo... hum... vale a pena!